Papel e Arte





Era uma vez, um Papel que se sentia vazio. E por isso ele era sempre enrolado. Enrolava quando tinha medo, enrolava quando ficava muito emocionado. Isso para não escrever que enrolava até para não ser usado.
Uma Joaninha que morava por ali, via essa cena diariamente. Certo  dia resolveu tirar isso da cabeça e se aproximou para dialogar. O Papel imaginando logo sofrer com o perigo, se fechou. Pense na cena de numa joaninha sendo quase esmagada! Imagem dolorida. Mas não foi assim que ela acabou. De repente, ela constatou que aquele Papel era macio. Então, respirou fundo e perguntou lá de dentro mesmo:
Sr Papel, porque você vive cabisbaixo, enrolado para cima e para baixo?
Não tenho papel nesse mundo, respondeu Papel.
Não tem papel? Todo mundo tem papel! Você chama Papel!!!
Eu não. Sou um Papel sem papel. Não sirvo para embalar presentes, decorar pastas ou caixas, ser desenhado ou pintado. Não posso ter formato de destaque, nenhum relevo. É um desastre. Por isso me fecho aqui o tempo todo.
A Joaninha comovida com a estória resolveu procurar por ajuda. Perguntou para a Formiga para saber qual a função daquele Papel. A Formiga simplesmente disse que ele grudava quando molhado, e que para ela isso não serviria de nada.
Firme na sua busca por respostas, a Joaninha continuou. Ei Sr Pernilongo me diga sem demora, para que serve aquele Papel lá na frente?
Zeeeeeiiiiii nummmmm, siiiiii vira!
Já quase sem ideias a quem recorrer, Joaninha voltou para perto do Papel.
É, acho que você pode ter razão Sr Papel....
Papel, gritou Joaninha!!!! Cuidado! Se esconda! Vem uma mão grande na sua direção!
Não deu tempo.... O estrago estava feito! O Papel estava agora rasgado, picotado e tinha sido usado e jogado fora.
Que horror Papel! Você serve para limpar bumbum de gente! Ecaaaaa...
 Por outro lado, isso explica porque você  fica menor menor menor, até ficar pelado! Essa parte é engraçada. Pois,  quando isso acontece, você gira, gira, gira até ficar tonto. Tonto e pelado, engraçado!
O Papel que já iria iniciar o seu choro diário recolhido e abafado, percebeu que agora estava sendo tirado e guardado. Amontado em um canto, junto a um tubo de Cola e Água. E agora o que Iria acontecer! Diante daquele destino incerto, a Joaninha considerou que ainda era melhor ser usado para deixar o homem limpo...
Foi então, que passou e pousou por aquelas bandas uma linda Borboleta. Feliz e sorridente, suspirava ao ver aquela cena para ela tão serena e agradável.
A Joaninha intrigada gritou logo bem alto para defender o Papel. Ei, Dona Borboleta a Sra é lé lé da cuca, lesada? Como pode achar apaixonante essa matança desvairada??
Ai Dona Joana vê- se logo que a Sra não entende de transformação. Antes usava a forma de Taturana ou Lagarta e hoje uso a de Borboleta, isso é tranformação! Voo por todos os lados semeando e alegrando a primavera! Esse é o meu papel! Ouviu sr querido Papel, com você, é a mesma coisa!
Mesma coisa? É biruta mesmo, ele vai é parar no cesto do lixo, Dona Borboleta Zen . Grande transformação! De limpo para sujo! Borboleta, Biruta, biruta, biruta!
Não Joana, o que quero dizer é que esse Papel fofinho e macio vai se transformar em Arte!  E antes que me diga que deixar o bicho Homem limpo não é Arte, experimente ficar perto de um que não cuide de seu corpinho. O mau cheiro, fica intragável!
Além disso, a Arte do Papel quando é transformado em marché em parceria com a Cola e a Água é magnifica! Antes de vir para cá, estava observando isso em um Ateliê de Artes. Tanto que só sai  de lá a pouco, logo após tudo ficar pronto! E agora estou aqui! Parei porque reconheci o Papel, a Cola e a Água. Juntos, se transformarão em Arte pura! Papel, esse recado é para você! 

Depois daquele bilhete falado, o Papel mudou de vez! Grato pela presença da Joaninha e da Borboleta, nunca mais as esqueceu. Feliz, passou a servir o seu papel o tempo todo . Seja para ser usado no banheiro mesmo, picado, transformado ou não, a Arte é o seu Papel. Por isso, todos os dias Papel se deixar levar e desenrolar por ai. Arte espalhada pela casa, com a ajuda de um pequeno Humano, ou Cão. Ou mesmo quando permanece no seu banheiro mesmo já reparou, como desenrola facilmente quando escorre das suas mãos? Ou em decorações de casamento, outras festas e velórios, nas praças, no chão, grudado no teto, na tela de um quadro, na saúde ou na doença, lá está o Papel, Presente, com a Arte juntos sempre, para você!


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